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2012 - Livro Vermelho 2013

Eryngium dorae Norman CR

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 01-06-2012

Criterio: B2ab(ii,iii,iv,v)

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécie Eryngium dorae é uma espécie campestre morfologicamente peculiar, conhecida por apenas uma coleta no Brasil. A AOO é de 4 km² e foi identificada uma situação de ameaça. Está sujeita a um rápido declínio na extensão e qualidade do seu habitat, devido à expansão de atividades agropecuárias e silviculturais. Consequentemente, suspeita-se que a espécie venha sofrendo com um declínio em AOO e no número de subpopulações e de indivíduos maduros. Espécie possivelmente extinta.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Eryngium dorae Norman;

Família: Apiaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em J. Bot. 69: 100. 1931. A espécie se caracteriza por apresentar frutos equinados (Martínez; Galotti, 2001).

Distribuição

Espécie não endêmica, apresenta ocorrências na Argentina e Uruguai. No Brasil ocorre no Estado do Rio Grande do Sul (Martínez; Galotti, 2001).

Ecologia

Erva campestre, perene, que habita áreas temporariamente úmidas. Fértil de outubro a dezembro, dispersada por animais (Martínez; Galotti, 2001).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade high
Detalhes A área total de Campos no sul do Brasil era 18 milhões de ha, ao passoque em 1996 a área estava em 13,7 milhões de ha (i.e. 23,7% da áreatotal dessa região), sendo 10,5 milhões ha no Rio Grande do Sul (área total:28,2 milhões ha), 1,8 milhão ha em Santa Catarina (área total: 9,6 milhões ha)e 1,4 milhão ha no Paraná (área total: 20 milhões ha). Um decréscimo de 25% daárea total dos campos naturais ocorreu nos últimos 30 anos devido a uma forteexpansão das atividades agrícolas. Houve um aumento significativo na produçãode milho, soja e trigo, o que se deu às custas dos campos naturais, além daprodução de arroz. Atualmente os três Estados da Região Sul do Brasil produzem60% do arroz no Brasil.Apenas 453km² dos Campos Sulinos estão protegidosem Unidades de Conservação de proteção integral, o que equivale a menos de 0,5%da área total desta formação vegetal. A maior parte deste percentual está nosmosaicos de Campos e floresta com Araucária, nos Parques Nacionais dos Aparadosda Serra, da Serra Geral e de São Joaquim (norte do RS e SC) (Overbeck et al., 2009).

1.1.4 Livestock
Severidade very high
Detalhes Outra forte ameaça é o sobrepastejo, que possui conseqüências negativas para a cobertura do solo, facilitando a degradação em regiões com condições de solos vulneráveis, acelerando o processo de erosão.

1.1 Agriculture
Severidade high
Detalhes A intensificação dos sistemas de produção pecuária tem levado ao aumento na área de pastagens cultivadas. Apesar da alta produtividade e potencial forrageiro de muitas espécies nativas, elas não são exploradas comercialmente e as pastagens cultivadas são produzidas principalmente com espécies exóticas.

2 Invasive alien species (directly affecting the species)
Severidade high
Detalhes O cultivo de árvores exóticas tem recebido muitos incentivos, tanto das indústrias privadas quanto do governo, para a produção de celulose principalmente. Particularmente nos campos do Planalto Sul-Brasileiro, áreas que antes eram utilizadas com a pecuária foram transformadas em plantações de Pinus sp. de grandes extensões, essas densas monoculturas não permitem o crescimento de plantas no sub-bosque, o que agrava significativamente os danos causados por esta atividade. Na região sul do Rio Grande do Sul também há a pressão exercida pelo plantio de Eucalyptus sp., também levando à perda de espécies campestres (Overbeck et al., 2009).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Presente na Lista de espécies da flora ameaçada de extinção do Rio Grande do Sul na categoria "Em perigo" (EN) (CONSEMA-RS, 2002).

Referências

- S. MARTÍNEZ; L. D. GALOTTI. Las espécies de Eryngium sect. Foetida (Apiaceae) en la Argentina., Darwiniana, v.39, n.1-2, p.155-169, 2001.

- OVERBECK, G.E.; MÜLLER, S.C.; FIDELIS, A. ET AL. Os Campos Sulinos: um bioma negligenciado. Campos Sulinos: conservação e uso sustentável da biodiversidade. p.26-41, 2009.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

Como citar

CNCFlora. Eryngium dorae in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Eryngium dorae>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 01/06/2012 - 21:10:39